Palavras do médium fundador 

        "Meus irmãos,

       

       Dirijo materialmente, já há alguns anos, um grupo de irmãos que, como eu pretendem alcançar o sentido da palavra "Irmandade". Sei que não é fácil. É tarefa bem árdua e que, para alcançarmos o sentido desejado, é necessário fé, perseverança, desprendimento e acima de tudo, muita vontade de lutar para vencer.

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        Aqueles que têm fé, possuem pensamento positivo, os que perseveram, não esmorecem e nem se dão por vencidos, seja quais forem as dificuldades encontradas, os que têm desprendimento, conseguem se libertar de todas as posses efêmeras conseguidas nos campos da matéria e aqueles que tem realmente vontade de lutar para vencer, já compreenderam que a grandeza do ser está no espirito imortal e eterno.

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         Compreendi, desde os primeiros dias de luta, que o objetivo principal dos guias espirituais de nosso grupo é nos evangelizar, nos espiritualizar, consequentemente nos libertar dos grilhões das trevas da ignorância, que só nos traz desequilíbrios, dor, desespero e sofrimentos. Os tempos se passaram e quando chegou a hora de colher alguns frutos, verifiquei que poucos, bem poucos, eram os irmãos que tinham ingressado em nosso grupo com o objetivo firme e sincero de melhoramento, de um despertar para o futuro equilibrado de paz, amor e fraternidade.

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        Entre os irmãos da corrente mediúnica, acho eu, que a grande maioria pensa que ser médium é ter privilégios, é conseguir, por intermédio de seus guias espirituais, a satisfação própria de todos os seus desejos, é beneficiar, com dádivas celestiais, todos os seus entes queridos e também conseguir todos os tesouros da matéria, para o enriquecimento tão almejado dos desregramentos humanos, se esquecendo que ser médium, é provação, é grande chance que o Pai nos dá para resgatar, em menos tempo, dívidas cármicas acumuladas em encarnações pregressas, enfim, é passo largo para alcançar o verdadeiro sentido da vida. 'A fraternidade Universal'.

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       Entre os irmãos assistentes, verifiquei que a grande maioria que frequenta os centros de Umbanda, frequenta como se estivesse em um consultório médico ou dentário, pois só quando se encontram doentes ou com dor de dentes, ali comparecem, sendo os piores aqueles que ali comparecem pensando que os bondosos Pretos-Velhos e os leais Caboclos são seus servos e a qualquer momento estão prontos para dar soluções a todos os seus problemas materiais, muitos dos quais escusos e absurdos, problemas esses que só a eles pertencem soluções.

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      Enfim, cegos a procura de cegos para dirigir, irmãos que ainda não conseguiram melhorar seus plantios nem exterminar as sementes daninhas como vaidade, a intriga, a inveja, o ódio, a vingança e tantas outras que habitam com profundas raízes suas mentes e seus sentimentos, e principalmente seu EU".

         Délio Gonçalves (em memória). Fundador da Irmandade de Pai João.

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